2024 em perspectiva

Por patrícia nb - raio de seda

2024 em perspectiva

Perspectivar este ano vem como o vislumbre de um ténue arco-íris de potencial para o futuro, num presente de altos contrastes. O primeiro trimestre de 2024 surge como um período dinâmico e exigente que, simultaneamente, nos coloca perante a necessidade de resolver, consolidar e concretizar processos do passado e a pressão para ampliar a nossa abertura e dar primeiros passos na direcção de algo novo.

A intensificação de mudanças de amplo impacto colectivo associadas ao signo de Aquário, uma tendência presente desde o final de 2020, tem sido acentuada desde a Primavera de 2023 pela passagem de Plutão de Capricórnio para Aquário.

Este ano dá, nesse sentido, continuidade a uma fase desafiante e complexa de impacto na nossa estrutura e estabilidade pessoais e colectivas, bastante intensa já em 2023. Esse impacto está directamente ligado às sucessivas ‘ondas de choque’ sentidas desde o ano da pandemia, que trouxeram novos focos de crise e guerra quando todos procurávamos um horizonte de recuperação, regeneração e reequilíbrio.

Neste contexto em que predominam as adversidades para a maior parte das pessoas, continuamos nessa busca e, pela positiva, somos estimulados e inspirados para que surjam novos formatos, ideias, hábitos e soluções, a par do crescendo da energia de renovação que também está associada a Plutão em Aquário. Há um desafio geral para articular as estruturas e condições presentes na nossa vida, que agora se mostrem válidas e necessárias na transição para novos horizontes, com uma série de contextos e necessidades inéditos que nos pressionam para uma adaptação e transformação integrais. Muito terá de ser libertado pelo caminho para que se abra campo para a necessária inovação/renovação, através de fases, capítulos e rumos de vida vindouros e, acima de tudo, para que a nossa consciência se actualize a amplie e o conhecimento seja vivido com amor e sabedoria.

Tanto nos aspectos mais negativos como no sentido inovador e prospectivo, a escalada das situações de vida que agora nos rodeiam e confrontam, urgindo à mudança, tem sucedido especialmente desde 2018-19, quando Urano ingressou Touro, em correspondência com a emergência de instabilidade, insegurança, disrupção e colapso em certos aspectos da dimensão mais concreta e material nas nossas vidas. Saúde, condições básicas, segurança pessoal e qualidade de vida, habitação e recursos materiais, equilíbrio e estabilidade natural e ambiental, fertilidade e sustentabilidade para criar e construir, beleza, paz , serenidade… Qual destes aspectos não foi impactado recentemente? Quais deles não estarão agora ameaçados na nossa vida e em torno de nós? A fragilização e a dor facilmente se acentuam expondo, inclusivamente, antigas feridas. Tudo isso nos coloca num processo que, independentemente dos seus contornos objectivos, apresenta o potencial de avançarmos no caminho para a cura interior e no amadurecimento da personalidade.

Em geral, o grande tema simbolizado pelo trânsito de Plutão em Aquário ressalta a importância de uma boa articulação e equilíbrio entre diversos ‘pólos’:

individualidade e colectivo, liberdade pessoal e responsabilidade social, identidade pessoal e sinergia de equipa/grupo, expressão criativa e integração comunitária, autenticidade e responsabilidade, inteligência mental e inteligência emocional, conhecimento científico (racionalidade objectiva) e conexão espiritual (conhecimento intuitivo) … Exige-nos uma transformação na relação com o poder dentro e fora de nós, acentuando obscuras polarizações, conflitos, revoltas e separatividade perante as quais alguns de nós procurarão alguma luz através da complementaridade, da aceitação das diferenças e da força sinérgica da cooperação.

O núcleo central dos processos que atravessamos implica um fortalecimento maduro do ‘eu’ para uma boa relação com o ‘outro’, uma equilibrada vivência do ‘nós’ e uma consciência fraterna e universal do ‘todos’. A base da auto-observação, auto-centragem e auto-consciência é psicologicamente indispensável para uma existência mais equilibrada e a manifestação do potencial único de cada pessoa, com o decorrente contributo colectivo. É o brilho conectado de muitas estrelas que, em ligação, forma uma constelação. Quando o que em nós corresponde a Leão – identidade, expressão e criatividade individuais – brilha e irradia, caminhos podem revelar-se e abrir-se , progressivamente, para a inovação, emancipação, inteligência e cooperação – conotadas com a energia de Aquário – de que todos precisamos para agirmos de forma mais esclarecida e elevada, procurando equilibrar e superar a desumanidade em que vivemos.

A luz e a sombra de Aquário

Se Aquário simboliza Humanidade, consciência humanitária e planetária, a sua sombra implica a desumanidade presente em aspectos negativos observáveis como, por exemplo: discriminação; incomunicação (desinformação, contra-informação, censura e puro ‘non-sense’); desconexão nas relações pessoais e maiores clivagens grupais/sociais; psicopatias; polarizações e fricções/conflito entre facções de crenças e ideologias rígidas; engenharia social limitativa dos direitos humanos e liberdades fundamentais; evolução científica e tecnológica desenquadrada do ecossistema, da busca de equidade social, da paz e do bem comum (ecocídio, genocídio, guerra à escala global, armamento nuclear e biológico, trans-humanismo, eugenia, controlo da circulação livre da informação e do conhecimento, ciber-crime, especulação financeira global com cripto-moedas, falsas ‘energias limpas’, violação da privacidade); corrupção das organizações e instituições; revolta, violência e isolamento sociais; automatização e normalização globais destituintes do valor da singularidade humana, cultural e identitária de pessoas e grupos; ameaça dos sistemas democráticos através das ditaduras, plutocracias, anarquias, nova ordem mundial …
Mas voltemos a sintonizar o potencial luminoso.

O vislumbre do arco-íris

2024 será o segundo de vinte anos de sementeira e definição inicial dos novos rumos de consciência e existência da humanidade como entidade colectiva e parte integrante deste planeta. Assim será também para as suas células individuais: cada um de nós, enquanto pessoa, indivíduo, cidadão, ser humano, poderá redefinir-se no seu caminho de busca e aproximação a um novo eu, ao participar adequadamente na inevitável mudança do mundo, se assim a sua consciência interior o mostrar e a sua vontade procurar manifestar.

Será o segundo de vinte anos de despertar, expansão e aprofundamento da consciência intuitiva e conexão espiritual de algumas pessoas e de um contínuo treino para vivermos a vida sem nos limitarmos pela identificação exclusiva com os níveis materiais da existência, procurando viajar e conhecer mais o universo interior e aí descobrir genuína sabedoria e amor na relação com os outros, com todos os reinos deste planeta e com a própria consciência planetária.

Será o segundo de vinte anos num caminho de potencial cura, ao aprendermos a ser células saudáveis, bem alinhadas com a sua função particular dentro de um propósito maior e partícipes na regeneração de um organismo que atravessa um ciclo de profunda entropia e apela ao resgate da sua pureza.

A 20 de Janeiro, pelas 20:30, teremos o terceiro encontro aberto online do projecto ágora, dedicado precisamente ao ingresso de Plutão em Aquário. Se este tema lhe interessa, as inscrições estão abertas para se juntar a nós. Consulte o mais recente destaque da nossa agenda para mais informações.*

*Após o encontro, a gravação está acessível através do arquivo do projecto ágora e poderá ser solicitada para visualização mediante contribuição livre.

Um abraço em gratidão à Vida e votos de um ano mais harmonioso e alinhado com a sua verdade e luz interiores. _/\_

mapear o céu por dentro

Qualquer sentido interior é um sentido para um sentido.

Novalis

raio de seda

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patrícia nazaré barbosa

Activa na vertente de aconselhamento baseado na astrologia psicológica e transpessoal desde 2010. É uma 'astróloga acidental' que deu por si, enquanto tal, decorrendo da sua busca de auto-observação, compreensão e transformação pessoais para além do sistema de crenças que conhecera até então. Iniciou estudos aos 33 anos, a par com a prática como artista plástica, área na qual é licenciada pela FBA-UL. Consolidou a sua formação de base em 2007-2011 (CEIA, João Medeiros), com aprofundamentos posteriores em diversos contextos e estudo contínuo como auto-didacta. Encontra referências complementares no âmbito da Psicologia Jungiana, da Psicosíntese e no enquadramento filosófico-espiritual da Cosmosofia. São a própria prática e a abertura ao nível intuitivo que melhor a têm ensinado a ir ao encontro de quem a consulta mas valoriza bastante os intercâmbios, sinergias e colaborações que vão surgindo junto de outros praticantes e profissionais. [N. Santarém, 1974] É membro da ASPAS e da ISAR.

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